22 de mar. de 2007

A dificuldade que é ser um cinéfilo aqui em Florianópolis. Mas vai deixar de ser



Eu nunca reclamei da minha cidade. Não teria motivo para isso. Poderia fazer mil elogios, e ainda seria pouco. Florianópolis é uma amostra grátis do Paraíso. A Newsweek colocou a cidade no ranking das dez cidades mais dinâmicas do mundo. E na última edição do Prêmio Viagem e Turismo ficamos em segundo lugar como a segunda melhor cidade do Brasil... após dois anos seguidos na liderança. Não é pouco.

A única coisa que sempre me incomodou foi a falta de alicerces para a minha automanuntenção como cinéfilo. Eu poderia ser um cinéfilo vivendo de DVDs, que ainda assim seria um cinéfilo como qualquer outro. Mas se a própria composição da palavra ‘cinéfilo’ é um convite a uma sessão de cinema, que posso eu fazer?

Por mais de década, Florianópolis viveu de dois shoppings e uns porões entitulados ‘cinemas’. A cidade, para quem não sabe (?), é dividida entre ‘ilha’ e ‘continente’. O primeiro pedaço é todo Florianópolis, e o segundo é o famoso ‘outro lado da ponte’, com um território demarcado menor que o da ‘ilha’. Cada um desses dois pedaços tinha seu shopping; o continental é o Itaguaçu, o do povo ilhado, é o Beiramar.

Cada um tem três cinemas. E, descontando que o maior teatro daqui tem uma sala de cinema anexa de filmes do circuito alternativo (que eu adoro), mas que chegam com um atraso insuportável, é só. Pode parecer suficiente, mas não é. Porque cinema com três salas precisa sobreviver – e sobrevivência, nesse caso, significa colocar apenas o que rende dinheiro; logo, pouca entrada de novos filmes. É irritante. Eu baixo filmes, e por isso mesmo eu sei que não é a mesma coisa - não que esses sete (3 + 3 + 1= 7) cinemas sejam grande coisa, porque, além de tudo, eles são bem fraquinhos. Ou seja, ser cinéfilo por aqui sempre foi complicado.

Agora, as coisas estão mudando. Mudando porque novos shoppings estão se instalando na cidade, e um dos que já existem – Itaguaçu – está ampliando seu espaço físico justamente para criar novas salas (essas, promete-se, serão decentes). Ótimo, ótimo, ótimo.

Um dos shoppings é o Floripa, que abriu em novembro passado com 60% de suas lojas prontas. A área dos cinemas, responsabilidade do Cinemark, deve abrir em maio – a idéia é que sejam as salas mais interessantes da cidade, tendo em vista a empresa que está cuidando da obra e as promessas de capacidade. O outro shopping é o Iguatemi (a foto que ilustra o post é recente, das obras acontecendo), cujas salas terão a marca CineSystem (que é especializada aqui no Sul), todas poderosas em som e tela – serão oito. Fico especialmente animado com duas coisas sobre este último shopping: 1) é pertinho aqui de casa e 2) terão sessões de circuito alternativo (tudo bem, é de manhã, o que sempre é péssimo, mas já é algo).

(Tudo isso eu descobri numa viagem de férias no início desse ano, em que, lendo a Folha de São Paulo - que, valeu aí, publicou um caderno inteiro elogioso sobre a minha cidade -, fiquei extasiado com as novidades.)

Veja você: nenhuma das novas salas abriu. E eu já estou morto de feliz. Serei um cinéfilo vendo menos DVD e baixando menos filme, em compensação, indo mais ao cinema. Confesso que não saberei muito bem como me comportar. É um brinquedinho novo para mim. Tem que saber explorar para não quebrar o encanto.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que pena Gustavo, sou d Goiania e fui a Floripa no ano passado, nao sei como uma cidade tao boa dispoe de tao poucas salas de cinema. Goiania dispoe de 46 salas d cinema sendo q 8 foram inauguradas semana passa no maior shopping da cidade pela Cinemark e mais 3 salas serao inauguradas ate o fim do mês! Fico feliz em saber q Floripa ganhara mais salas d cinema, afinal isso é bom pra vc e pra mtos outros cinefilos da sua cidade.