Kate, Juliet e o monstro de 1995
Olha, eu achei que o monstro de Lost, no episódio desta segunda-feira, teve um tratamento da turma de efeitos visuais da série inferior àquele episódio em que ele encontra o Eko, na segunda temporada. Pareceu uma coisa meio 1995. Mas isso não foi nada. Porque a cena que ocorreu pouco antes foi simplesmente sensacional. Uma das melhores cenas de ação da história da série.
Kate e Juliet brigando na chuva, no meio da mata, algemadas uma a outra, foi impagável. Pareceu luta profissional. Pareceu um teste de convivência do Agulhas Negras. E foi hot.
Felizmente, isso não foi a única coisa aproveitável do episódio, um dos melhores dessa temporada relativamente irregular, e que sucedeu um episódio digno de ficar na companhia (em termos de inutilidade) de Tricia Tanaka is Dead, o tal Exposé, em que o nosso Santoro, no último suspiro, finalmente ganhou uma chance de atuar. Esse Left Behind eu achei bem bacana porque não pega a turma da ilha para gastar tempo com futilidades, certamente terá relevância mais para frente e ainda teve o adicional de finalmente vermos um pouco de sal na composição da Juliet, que há muito tempo não funcionava. Enfim, Lost foi bom porque o episódio foi bom pra Lost.
Não tem jeito: o que acaba importando é isso, a ação, a movimentação de tramas, o andamento da vida dos personagens. Eu sei que muitos adoram vir com essa história de que Lost não precisa focar nos mistérios para ser bom, mas não cola comigo. Essa é uma série de conteúdo oco, e narrativa que precisa ser sólida. Tem como ser sólida sem mexer no conteúdo, fazendo o Hurley ligar uma kombi e o Rodrigo Santoro correr atrás de diamantes e morrer enterrado vivo? Até tem, mas numa categoria pararela, não no contexto de Lost – e não dá pra gastar um episódio com essas coisas, chutando que vai ter gente interessada em gracinhas. Isso é peso morto, não interessa para a série, e não deveria interessar para ninguém. Quando o episódio pega a estrutura de seu argumento (que nós não sabemos por completo) e manipula para criar trama e ação, os melhores episódios da série surgem (c'mon! Quer lista?), e Lost é bom pra si próprio.
Mas, voltando ao monstro... aquela seqüência em câmera subjetiva, em que ele corre atrás das amedrontadas e agachadas Kate e Juliet, foi estupenda. I’m still scared.
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