28 de jun. de 2007

Primeira temporada de "Shark" foi boa; James Woods foi ainda melhor

Justice e Shark pareciam realizar uma disputa oculta ao início da temporada. Veja: duas séries de advogados que trabalham na mesma área, dois chefões arrogantes, e com uma equipe que não tem expressividade para a narrativa. Justice parecia, ao início, a mais sofisticada. Tinha aquele joguinho de, ao final de cada episódio, revelar a verdade do caso da semana, e uns truques de imagem bem sci-fi. Foi cancelada antes de chegar ao fim. Na contramão, Shark parecia ser a quadrada, a óbvia – mas não se engane: sempre foi minha favorita. Desde o piloto, excelente, até a season finale, que a Fox brasileira exibiu nesta última quinta-feira, o trajeto foi muito bom, sólido e particular. Lembra daquela história de que “Shark é o House dos advogados”? Esquece.

Tudo bem: as duas séries, House e Shark¸ falam de um ambiente de trabalho, mas são muito mais sobre os chefes. E os dois vivem com altivez. Mas Shark tem Sebastian Stark como um personagem muito mais sombrio, embora não mais complexo, que House. Pode parecer que eu digo isso embasado na season finale (aquela penúltima cena deu medo, porque revelou uma faceta absolutamente desconhecida. E a seguinte foi emocionante como nenhuma outra), mas toda a trajetória do personagem nos revelou, aos poucos, alguém muito maior que suas frases de efeito. É um personagem televisivo, sem dúvida, e há um distanciamento da nossa realidade brasileira, mas, ainda assim, houve plausibilidade em todas as ações dele.

Quanto a série (já acomodada como hit), não há muito que mudar, a não ser o fato de que os casos precisam realmente ser mais inteligentes. Alguns foram muito tolos, e é difícil levar o episódio até o fim se não há uma base de criatividade, que nos faça pensar. Uma vez eu li que psicólogos estavam indicando aos pais que incentivassem os filhos a ver CSI, porque ajudava no raciocínio. Eu não consigo ver esses mesmos psicólogos recomendando Shark. Foi isso, então: a primeira temporada foi boa, montou um quadro interessante de personagens, situações, só não teve o diferencial da inteligência – salvo esta season finale (e o episódio irmão dela, "Wayne's World", do meio da temporada), que ficará na minha cabeça por um bom tempo.

Também é preciso ressaltar o talento deste baita ator que é James Woods, um dos melhores em atividade na tevê americana, com esse personagem. Foram vinte e dois episódios prazerosos de assistir, ainda que nem todos tenham sido necessariamente bons (a maioria foi), e mais delicioso ainda foi ver a construção que Woods fez. Eu consegui compreender perfeitamente o trabalho de composição, o que ele pretendeu com isso. Li no site do USA Today, se não me engano, uma entrevista (dele) dizendo que tanto ele quanto a equipe estavam se esforçando para fazer o melhor com a série. Não hesitei em acreditar.

5 comentários:

Anônimo disse...

E Paraíso Tropical, nada.

Anônimo disse...

Teve um episódio chamado "Wayne's World"? Nossa, preciso ver!

Wayne's World! Wayne's world!
Party time! Excelent!

Abraço, Gustavo!

Anônimo disse...

Concordo totalmente, Shark é uma série interessante, mas James Woods está fabuloso! "Wayne's World 2" foi de arrepiar, eu não podia acreditar na cena entre Stark e Wayne, fora o interrogatório de Jessica, perfeito!

Só posso dizer que aguardo ansiosamente pela próxima temporada!

Unknown disse...

na minha opiniao todos os episodios foram bons

Anônimo disse...

A serie foi maravilhosa.gostei de todos episodios. james é talento demais.