17 de ago. de 2007

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Pegar um programa dos Estados Unidos e fazer uma versão nacional sem mudar nada? Coisa de Silvio Santos. Surpreendentemente, é a Rede TV que pegou a mesma mania (espera-se, passageira) do dono do Baú. O resultado disso estreou na quarta-feira, com o título de Donas de Casa Desesperadas, versão da ótima série Desperate Housewives.

O luxo da versão nacional? Poder contar com Sonia Braga no elenco, essa ótima atriz, que narra direitinho. Ela faz a Mary Alice, que se suicida e depois fica contando para nós a história da vida da vizinhança onde morava. Pois bem, a série não tem um som muito bom, e sim confuso – o que imediatamente prejudica a narração de Braga. A voz dela fica abafada, e não me é surpreendente que muitos já tenham vindo me dizer que não gostaram da forma como ela narra.

Ainda no termo de “voz” e “som”, é inevitável não comentar a dublagem de alguns personagens, que como forma de economia, foram interpretados por atores argentinos (a série foi gravada neste país). Quando Susan(a) está conversando com a filha, a cena nunca flui direitinho, porque é fácil perceber a dublagem de desenho animado, que também ocorre com os filhos de Lynette (Lígia), mas eles não são personagens de expressão suficiente para travar uma cena.

No fim das contas, fica uma sensação desagradável – nada é confortável ou relaxado no programa. Alguns dos melhores momentos do piloto americano ficam sem graça na versão nacional, porque televisão não é só roteiro. As atrizes, presas a uma direção que precisa copiar Desperate Housewives, não criam uma composição própria, mas emulam Eva Longoria, Marcia Cross, Felicity Huffman, Nicollette Sheridan, Teri Hatcher e outras. Me diz como eu vou comentar uma coisa assim?

A flacidez do programa em alguns momentos ganha contornos computadorizados, quando visões das ruas de Wisteria Lane (Arvoredo aqui) lembram gráficos de jogos como The Sims e Second Life. Não só – o roteiro foi copiado e colado no tradutor do Google.

Não vale a pena ver e fazer esse tipo de televisão. Não dá sequer pra aproveitar como telespectador.

***

Em contrapartida, numa linha semelhante de se fazer televisão, acabou a segunda temporada de Ídolos nessa quinta-feira, e houve uma catarse do SBT e de Silvio Santos. Em quase todas as formas possíveis, essa temporada foi melhor que a primeira.

As audições da anterior foram melhores, fato. Mas assim que a fase de shows, lá pelo top 32, se deu por iniciada, foi muito, muito bom o programa. Os apresentadores estavam mais confortáveis, os jurados atingiram o ponto certo de não emular ninguém e não foram tão homogêneos e redundantes assim, além de a edição, os pequenos VTs, essas coisas que compõe o que não é o show em si, de tudo ter ido pra cima no gráfico de melhora.

Existe, porém, uma coisa que o programa precisa perder: a insistência em fazer o telespectador votar, em perguntar se ele já votou, em querer fazer ele votar de novo, em dizer que se não votar o candidato vai sair, e, principalmente, em parar de instruir os candidatos a, de dez em dez segundos, olharem pra câmera implorando por votos. Que foi que aconteceu, Daniela? Papai disse que o programa só continua se atingir marca X de votos? Hmmm.

(Perguntinha básica: não é estranho a candidata do Paraná ganhar num ano em que o número para ligações das votações tinha justamente o DDD de Curitiba? Segundo “Hmmm.”)

Mas eu já disse que foi uma catarse do SBT e do Silvio, e de fato foi. Se esses enlatados vez por outra funcionarem da forma como Ídolos funcionou, então eles são válidos.

E viva a música ao vivo na tevê brasileira.

2 comentários:

Anônimo disse...

As versões originais sempre são superiores!

Arthur disse...

Pra quê?

Simplesmente não tem motivo terem feito isso!
Não culpo as atrizes... mas sim a RedeTv! por financiar um projeto desses...