Pelo menos não foi uma questão de sangue

Sabendo que este seria o fim de A Diarista no ano (e de uma fatia de personagens para sempre), privei-me de Nightmares and Dreamscapes para ver como Cláudia Rodrigues faria para acabar a temporada. Foi engraçado? Foi, como há tempos não era. Mas se os rumores estiverem certos de que apenas a personagem de Cláudia e seu patrão no programa (Serjão Loroza) vão continuar, então vai ter que ser engraçado de uma forma diferente. Porque toda a graça de ontem esteve ou veio das outras personagens – Ipanema, Dalila e a imortal Solineuza.

A razão é antiga e carece de uma explicação – há tempos os protagonistas não são, de fato, a graça de seriados (ou você vê no Jack a melhor coisa de Lost, na Susan a melhor das Desperate Housewives ou na Tina Fey a graça de 30 Rock? Ok, Jack Bauer, Monk e House estão aí para provar o contrário, mas há mais exemplos que afirmam o que eu disse que os que negam). Em A Diarista, a noção de que Marinete, a protagonista, realmente não é uma personagem completa, ou hilária, ou cativante, é clara. Desde quando Glória Perez botou o dedo na idéia e escreveu o piloto, isso ficou evidente, embora nunca tenha de fato incomodado. Você sabe o que eu quero dizer com isso – ou esquecem de criar um programa só com Marinete e Figueirinha, ou arquem com as previsíveis conseqüências.

Se os bastidores andavam amargos (rumores de briga entre Cláudia Rodrigues e Dira Paes são tão antigos quanto o próprio programa. E eu estava ficando enojado em pensar que os roteiristas estavam pensando em dizer que Marinete e Solineuza não poderiam ficar próximas uma da outra por causa do sangue, como sugeriu o andamento da narrativa. Ainda bem, essa não foi a solução encontrada para a pausa. A solução encontrada foi a falta de solução), que não fôssemos nós os que pagariam o pato pela guerra de egos. Eu aposto que Miguel Falabela vai acertar a mão com Toma Lá, Dá Cá, e eu não acho que temporada de estilo britânico como a Globo faz nas sextas caiba para o horário pós Casseta das terças. Há tempos eu estou desiludido com Cláudia Rodrigues (ela agora não parece tão excelente como antes, bastando ver que todas as composições dela partem do mesmo ponto e quase todas as gracinhas terminam tentando o mesmo caminho), e será ela capaz por estragar um programa tão com ela e ao mesmo tempo tão sem a necessidade dela? E de estragar um horário inteiro? Passa a tocha pro Miguel em definitivo. E é ouro do Brasil(il).